Entre flamingos e lagunas,
senderos e salares do deserto,
preenchiste estreitas lacunas,
de um andar solitário e incerto.
Quando no imenso céu estrelado,
de uma seca noite atacama,
me encontrei tonto, fisgado,
cego por ti, doce dama.
Evitei-o de imediato,
vulcão que não quer explodir.
Estúpido, pouco sensato!
Inútil, voz que deve sair.
Agora, te escrevo essas linhas,
arriscadas, atrevidas deveras,
pois sei que te quero minha,
com puras palavras sinceras.
Porém esse pobre poema,
é dócil, é simples assim,
não busca nenhum problema,
apenas um pouco de mim.
Devo dizer, que tampouco é em vão!
Entre a angústia do não saber,
e o medo da solidão,
ele quer apenas... ser.
E se o certo é ficar calado,
opto por poucas e curtas frases,
de um coração já velho e cansado,
sem tempo para disfarces.
Por isso te digo, minha linda fada,
ó meiga mulher mundana,
es paixão encantada,
de uma alma que já não se engana.
E se esse novo romance,
perdido, não se concreta,
ao menos imerso em seu transe,
transborda o louco poeta.
Friday, November 21, 2008
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